quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

QUEM SOBREVIVERÁ?

Ligue a TV. Isso, bem no horário do jantar. Ligou? Desliga agora, se não você vai perder a fome... Mortes e mais mortes. Guerras. Caos. A tela sangra, e tudo que conseguimos escutar são gritos abafados, pedindo socorro pelos auto falantes da TV. O mundo pede socorro. Gritos de pessoas reais, pessoas como você, de carne e osso mesmo. Nada de novela. Crianças que nasceram no meio do caos, que nunca viram um amanhecer sem tiros na janela do quarto.
Mas o porquê de tudo isso? Tudo devido à pseudo-superioridade e ganância do ser humano. Milhões de mortes poderiam ser evitadas se essas duas coisas não existissem.
Os seres humanos são 98% iguais, geneticamente falando. Mas as pessoas se matam por esses 2%. Esse complexo de superioridade diz que minha religião é a melhor que a sua. Minha cor é a melhor. O meu Deus é o melhor. Minha condição é melhor. A minha opinião é a única certa. E esse discurso é repetido por cada um de nós. Mas se cada um é melhor que todo mundo, o que realmente é melhor? O melhor existe?
As pessoas matam em nome de um Deus em que na teoria, deveria ser todo amor e misericórdia. As pessoas matam umas as outras por um pedaço de papel, que dá a falsa noção de poder. As pessoas se matam porque matar é mais fácil que amar. O ódio gratuito é um caminho largo, enquanto o altruísmo é uma viela.
Sonhos foram soterrados pela lama em Mariana. A região dificilmente vai se recuperar. A ganância fez um povoado desaparecer e um rio morrer. 62 milhões de toneladas de lama e 500 mil pessoas sem água. Poderia ser evitado. Esse é o preço da falta de cuidado e da ganância.
O melhor seria mesmo se todos se tratassem com igualdade, amor e empatia. Colocar-se no lugar do outro antes de cada ato. Quantos inocentes precisarão morrer para que percebamos que ninguém é melhor que ninguém? Quantos litros de sangue ainda serão derramados? Quantas pessoas terão o ar tirado dos seus pulmões injustamente? 130 mortos. 320 vítimas. Terroristas matando sem piedade. Não foi só um ataque a Paris. Foi um ataque à humanidade. Esse é o preço por acharem que é justificável matar por religião. Pássaros presos em gaiolas acreditam que voar é uma doença.
Devemos lembrar sempre que qualquer coisinha que a gente faça tem reações muito fortes e que nossas palavras podem ecoar pelo mundo. Quando nascemos em um mundo em que a gente não se encaixa, é nossa obrigação mudá-lo. Seja a mudança. O mundo já anda cheio de ódio. Mais amor. Mais humanidade. Mais atos de bondade. Por favor.
Cerca de 150 milhões de pessoas africanas não tem acesso à quantidade mínima de calorias diárias. E o pior, outros 23 milhões podem literalmente morrer de fome. Todas as riquezas do mundo poderiam acabar diversas vezes com fome na África. Enquanto uns nadam em rios de dinheiro e possuem contas na Suíça, pessoas morrem, morrem no rio da amargura, de fome. Esse é o preço pago pela desigualdade.
Anderson Germano Coelho

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